História das Cortinas I Parte

     A ideia do uso de cortinas na Europa e América foi importada de Oriente, já em Egito  cortinas e tapetes foram usadas para decorar   paredes; na China e Japão as cortinas fizeram parte importante nas habitações de empeiradores e nobres. 

    Na Europa, a primeira vez que se usaram estas pecas na decoração  foi num casamento da realeza na Abadia de Westminster na Inglaterra do século XIII,  segundo relata  a historia.

  As cortinas acompanham a evolução histórica da Igreja Católica , assim como o design de  móveis, só que ao contrario deles, as cortinas progrediram muito devagar. 

      Na Idade Média (século V  - XV )  os castelos não ofereciam grande conforto e as janelas, ainda sim  vidros , eram pequenas demais para serem tapadas com tecidos durante o inverno.

Castelo Medieval
Imagem da internet

   No inicio do século XIII o Renascimento  (período entre 1400 e 1649) toma conta da Europa, com ele as grandes catedrais fazem introdução ao  vidro;  nos detalhes decorativos destaca-se simetria e moderação. Itália e Franca  inovam no design principalmente no referente a cortinas e moveis. Observe os detalhes não só da janela como no design da cortina na ilustração de embaixo.

Renascimento
Imagem The Encyclopedia of Windons Fashions. 

  Os móveis assim como as cortinas são trabalhados em diferentes cores, porém os tecidos utilizados foram os mesmos. Encontramos um  elemento novo na decoração: o  Bando   (bastidores o sanefas)  feitos de madeira para prender as cortinas e decorados com esmero.

Renscimento

Cama com Dossel Felipe V, realeza espanhola
Imagem de Internet.

Surge no  século XIV a construção de chaminés e camas  cobertas por dosseles e pesadas cortinas protegiam do frio. Nessa mesma época aparece o andor (dossel) cerimonial que resguardava o passo dos nobres, parecido com um  grande "guarda-sol"  muito enfeitado.  Reyes como Luis XIV contratavam arquitetos e designers e seus trabalhos eram imitados em toda Europa.

     O Renascimento, faz com que a cortina  seja um adorno da realeza . Os nobres adquirem  tecidos no Oriente e enfeitam os corredores de seus palácios. Novos tecidos ganham popularidade: seda , terciopelo (tecido veludo feito de seda), cetim , damasco e brocados . Mais adiante os mesmos  incluíam desenhos  vegetais e de animais assim como motivos geométricos. Esta Época aporta os alicerces que o Barroco desenvolvera em todo seu esplendor.

 Barroco (ano 1600 a 1750 aproximadamente): Neste período as janelas adquirem grandes proporções e  junto com o nascimento da cenografia e o amor por os drapeados ( muitas dobras) , ocorre o culto por cortinar, as cortinas são agora um elemento decorativo.

  Para atrair feles, a Igreja promoveu as artes, a arquitetura e o design nos templos ,  surge assim uma  arte nova, deslumbrante e atraente, que influenciaria tudo o design no ocidente. Sao produzidas nas fábricas cerâmicas, tapetes persas e majestosos tecidos pintados a mão  para cobrir portas e janelas ,  decorados com rendas luxosas.

Palácio de Versalhes
Imagem da internet

   Os Elementos arquitetónicos  som  utilizados com cierta liberdade e individualidade, por exemplo as janelas tem tamanhos maiores, algumas delas chegam ate o chão . As cores som inspirados no branco, dorado e "granate" (pedra fina de cor vermelho cereja).

   Rococó:  no reinado de  Luis XV entre 1725 e 1775 sao adotados os tons pastel, as formas orgânicas como as curvas, variedade de texturas, e muito brilho mediante o uso de  espelhos , vidro e tons dorados.  Neste período destacaram-se os franceses como mestres do cortinar.

Rococó,
Imagem The Encyclopedia of Windons Fashions.

   As cortinas apresentam não só tecidos nobres e pesados  mais também outros  mais leves  com muitos franzidos,   cobrindo a janela dos olhares indesejados , dando privacidade e beleza com ricos e abundantes tecidos drapejados.

Luis XVI  introduz o Neoclassicismo, som evocados elementos da Roma imperial como adornos em bronze e detalhes dorados.  

Neoclassicismo
Imagem The Encyclopedia of Windons Fashions

   O arquiteto Robert Adam é o artífice do interionismo na Europa , aproveita as cores claros do  Rococó assim como os grandes espaços nas janelas inovadoras.  Entra em cena a geometria com predominio de líneas retas e curvas porem de forma equilibrada.  O design torna-se mais suave e leve.

Arq. Robert Adam ano 1757 : Osterley Park
Imagem da internet

      O estilo Vitoriano tem também caraterísticas neoclássicas , ocorre num largo período  voltado para o Romantismo , este se difunde nos Estados Unidos  onde a industrialização traz grandes inovações na arquitetura e o design da época. 

Estilo Vitoriano, USA
Imagem The Encyclopedia of Windons Fashions

 A sala transforma-se no ambiente mais importante do lar , vestida com tecidos tradicionais de cor vermelho intenso, verde e marrão ouro de preferencia.  Os estofados sao decorados com almofadas bordadas e o papel de parede faz susseso.  No chão os tapetes orientais cobren a maior parte do piso e o design da cama inclui um dossel belamente decorado.

Sala estilo Vitoriano, América 
Imagem da internet

     Entre 1830 e 1890 aparece o Romantismo como estilo do Século XIX, grupos de arquitetos e designers dividissem em dois movimentos , um deles recupera as artes decorativas medievais, o outro  valoriza o trabalho manual artesanal, seu nome: Arts and Crafts.  Na decoração interior o movimento novo faz uso de cores vivos , sim muita pretensão, cortinas e tapizaria oferecem um design simples assim como os móveis. O importante na época era o conforto e  o aconchego.  Agrupa este estilo designers de grande destaque não só na Europa mais também na America. 

Movimento Arts&Crafts, Designer G. Stickley
Imagem da internet.

   Assim concluímos esta primeira parte da historia das cortinas, vamos continuar num otro artigo a segunda parte , que corresponde ao Século XX e XXI até nossos dias.

Autor da pesquisa e texto: Ligia Montoya, Designer de Interiores, Especialista em cortinas , Guanacaste,  Costa Rica, por mais de vinte anos.

Nota importante: se for usar o texto, não esqueça de fazer referência à fonte, sua honestidade fica exposta quando reivindicamos algo que não nos pertence, valores são construídos, obrigado.

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